Terça-feira, 8 de Setembro de 2015
Esta coisa dos Taxistas vs. (contra) Uber mostra como o mundo (a sociedade) está a ter dificuldade em adaptar-se a uma verdadeira democracia. A que implica, de facto, liberdade, de escolha.
Numa - nessa, nesta - realidade realmente livre (democrática, chamam-lhe), nada me impede de partilhar o meu carro. E de usar uma "app" de telemóvel para isso. E se o/a amigo/a que transporto me remunerar, é entre nós. Temos pena.
Terça-feira, 28 de Junho de 2011
Pela primeira vez desde que sou vivo e desde que Portugal vive em democracia, o Primeiro Ministro tem apenas mais 4 anos e vários Ministros e Secretários de Estado são mais novos do que eu. Há quem ache isso preocupante.
O líder agora segundo maior partido, agora na oposição será também mais novo do que eu, o que, pela mesma lógica democrática, deverá ser igualmente preocupante.
Se é verdade que por um lado sou eu que vou ficando mais velho, o que poderia ser preocupante se não fosse natural, também o é que eles são de facto novos. Um ministro com 38 anos para mim seria um puto se não fosse ministro. Chamo puto ao meu irmão que tem 40, menos três que eu.
Mas onde uns veem preocupação por motivos diversos, da pouca idade (quando há velhos tão novos e jovens tão velhos) à pouca experiência, para deixar de lado os aspectos de embirrações partidárias que se tornam ilógicos quando o "mal" abrange os dois lados da balança que nos tem oscilado, eu vejo uma "geração de Abril" (vai entre aspas que parece que só algumas pessoas é que podem usar a expressão sem aspas e eu não quero chatices com direitos de autor) finalmente a dar frutos. Uma geração que tem a sorte de não ter que viver com fantasmas do passado, que viveu já num Portugal livre e democrático. Uma geração do presente e, espera-se, de futuro.
Conheci o conceito antes da realidade, quando aprendi nas aulas de inglês o significado de "generation gap". Depois conheci-o, vi-o, venho observando esse choque de gerações, a incapacidade de nós adultos sequer tentarmos entender as crianças, quanto mais, depois, os jovens. Irrita-me a descrença nos jovens, a crítica constante, a incapacidade de lidar com tudo o que não entendemos e que como solução tentamos formatar às nossas regras.
Quando uma geração toma consciência de onde nos trouxeram e levam essas nossas regras, estas nossas gerações, actual e passadas e se recusam e seguir o mesmo caminho, a tradução do inglês "generation gap" para o português choque de gerações ganha toda nova lógica.
Está na moda a expressão "fora da caixa", pensar, agir... Estranho que a língua inglesa, tão profícua e quase sempre útil nisto de resumir conceitos em expressões de poucas palavras não tenha uma "generarion box" para esta cambada de velhos rabugentos incapazes de sequer ver, quanto mais aceitar estas (início de assobio) ventos de mudança (final do assobio melodioso antes que comece a cantar o senhor dos Scorpions).
Eu por mim estou farto de levar na cabeça por chatear os velhos da minha idade e até uns chavalecos trintões com os meus idealismos de que os os jovens de agora não são um caso perdido, nós é que somos, eles percebem, nós não. Por isso senhoras e senhores, ministra, ministros, secretárias e secretários de estado, senhor PM, senhor futuro líder da oposição, rapaziada em geral, façam-me lá o favor, todos, de mostrar ao cotas que eu é que estou certo e que a verdadeira preocupação deles é o medo das mudanças (para eu depois lhes poder explicar que isso é que é ser conservador, de direita ou de esquerda, é indiferente).
Obrigado.
Segunda-feira, 20 de Junho de 2011
Quando passados quase 40 anos, leio (no twitter) que não se deve desejar a uma pessoa que se vai deitar, "bom descanso" porque a expressão é "do Estado Novo", fico com a sensação de que existe uma certa esquerda - porque curiosamente estes traumas sem sentido vêm muito mais de gente de esquerda do que de direita o que aparentemente seria normal mas não é - que lutou pela morte desse Estado Novo mas luta ainda por não deixar que se lhe faça o funeral.
Usei a expressão fazer o funeral e não enterrar para que fique claro (que não fica porque ao escrever isto estou como a Ana Gomes, com plena consciência de que quem tem medo de uma expressão como "bom descanso" vai ler aqui o fascismo que têm na cabeça, mas este blog tem o título que tem) que existe uma diferença entre apagar a memória de um passado e viver oprimido por ela 37 anos depois da sua morte. Que estas paranóias provenham de pessoas que se dizem de esquerda - um dos motivos porque eu prefiro não me dizer de lado nenhum, nem do centro, à cautela - parece-me ainda mais absurdo. Morreu mas guarda-se o cadáver em casa. Nos filmes. Freud não explica.
Para não dar importância a quem a não tem omito nomes mas o que leva uma alegrota pessoa que nem idade tem para ter memória sofrida da ditadura (deverei usar maiúscula?) a lutar por manter vivos estes traumas? De que serve? Manter vivo um medo de um regresso ao passado? A mim basta-me o trauma do presente.
Terça-feira, 19 de Outubro de 2010
E depois uma pessoa pensa, mas a 6.80 até eu emprestava dinheiro ao Estado. Até a 5%. A 10 anos? Força nisso. E podiam emitir títulos de dívida pública, obrigações do tesouro a 10 anos a 5% que já poupavam. E uma coisinha mais moderada, 3% a 5 anos. A comparar com o que os bancos pagam é um bom investimento. É. Para mim, para si. Mas não é. Porque a resposta a porque é que não sou eu a emprestar dinheiro ao Estado Português acima de 6.5%? é: na verdade é. Parte dele. Pois, eu sei que não recebe juros de 6.5% de lado nenhum, esse é, com sorte, o valor de um juro que paga. Mas empresta, você, eu, tu, ele, nós povo, vós empresas e empresários, eles banca.
Acontece é que provavelmente eu, tu, você, ele investimos e arriscamos pouco cada um e de cada vez. Eles que com o dinheiro deles ou com o nosso no caso da banca podem, investem muito e podem arriscar mais, seja porque o risco é de uma parte irrelevante do bolo, seja porque depois se pode recuperar em IRC's e demais com jiga-jogas contabilísticas, seja precisamente porque o dinheiro com que se está a jogar é... o nosso, o tal que é emprestado a juro pornográfico e nos é "devolvido" a taxa soft-core.
Acontece sobretudo porque não dá jeito. Aqui entre nós que falamos sem rodeios, se você conseguir emprestar-me dinheiro a quase 7%, diga-me um bom motivo para querer mesmo emprestar-me mais a um juro inferior, com a garantia de que ninguém mais o fará. Não há. Você não é parvo. Você não quer que eu lhe pague um juro menor mas sim garantir que eu tenho forma de lhe pagar o que já me emprestou, vai emprestando e espera vir a emprestar. Se me vir em dificuldades para cumprir o acordo é claro que vai tentar ajudar-me. Quer garantir que eu tenho forma de lhe pagar. Mas ajudar-me não passa por suavizar o juro, não enquanto eu tenha outros recursos. Eu sou mesmo só eu. Você pode fazer o papel de Banco? Obrigado. Eu sei que nesse caso passo a ser uma insignificância para si comparando que o que empresta e investem os mais afortunados (no literal sentido do termo), as grandes empresas... enfim, o que nós chamamos ordinariamente (aqui fico indeciso no sentido do termo) de "os ricos". Mas o dinheiro, esse tem todo o mesmo valor, vai todo para o mesmo bolo. Depois o bolo corta-se em fatias e vai passear de Fundo em Fundo, de off-shore em off-shore, daqui para ali, dali para aqui. Em cada paragem alguém come uma fatia do bolo, pelo que ou ele é assim um grande bolo alemão, tão grande que dá uma fatia jeitosa para cada comensal ou, se é um pequeno bolinho regional português, tem que ser muito apetitoso para que dar só uma dentadinha valha a pena.
Pode ser que tenhamos mandado vir demasiado champanhe e que agora os alemães tenham dinheiro para pagar a conta e nós e os gregos e ali mais ao fundo da mesa os espanhóis e os irlandeses até não tenhamos dinheiro para a pagar. Mas ninguém daqui do restaurante, excepto talvez os alemães, os ingleses, os franceses e uns senhores de fato e gravata ali ao fundo estão realmente preocupados com isso. Toda a gente sabe que alguém há-de pagar a conta. Os que se preocupam não é que a conta não seja paga mas sim que tenham eles que nos ajudar a pagar. Ninguém gosta de penduras. Confessemos enfim que estamos aflitos para pagar a conta do restaurante. Fazem-nos um desconto? Claro que não! Não temos outra forma de pagar? Multibanco? Cartão de crédito? Cheque? Um amigo ou familiar que possa fazer o Sacrifício e vir cá trazer? Vender o carro? A casa? Há que fazer sacrifícios! Ou será que ainda não percebeu que os patrões aqui do restaurante irão chupá-lo até ao tutano para garantir o máximo de lucro que lhes permita continuar a jogar a Volta ao Mundo em 80 Especulações?
Percebeu, claro que percebeu. Todos perceberam. Mas ele, Estado e respectivos apêndices dependem daquele restaurante para comer. Podiam vir jantar a minha casa ou à sua? Podiam, mas não é que não fosse a mesma coisa, é que não convém. Porque dava cabo do jogo. E muita gente ia ficar zangada se os jogadores começassem a subverter as regras do jogo. Já viu o que acontecia se eu passasse a comer em casa em vez de ir ao restaurante? Passava a pagar só 3, 4, 5 em vez de quase 7. De que iam viver os jogadores da Volta ao Mundo em 80 Especulações que se alimentam destes 7 que eu pago? De que se iam alimentar todos os jogadores intermédios que se alimentam desta diferença de 5 para 7 que seja? Podia pôr o jogo em risco. E isso não interessa a ninguém. Nem mesmo a quem lhe pede que faça sacrifícios e pague lá mais um bocadinho em impostos, que trabalhe até a maneuldeoliveirice, que corte aqui, reduza ali. Porque enquanto eu e você conseguirmos (sobre)viver (ou passivamente aceitar) esta inevitabilidade como sendo verdade, permitimos que o jogo continue - enquanto houver peões no tabuleiro as peças grandes podem ficar sossegadas - "nós" que temos a conta do restaurante para pagar também alinhamos, não vão os nossos amigos que prometeram apoiar-nos naquela eleição para o "Quem quer ser o próximo governo" irritar-se connosco e retirar-nos a ajuda de casa, os 50/50 sem o que não conseguimos ganhar a ajuda do público.
Percebeu? Podíamos sim ser eu e você a emprestar dinheiro ao Estado. Não se desse o caso de que já emprestamos, só que não recebemos nem perto de metade do juro que o Estado paga "nos mercados" porque é um jogo onde todos ganham - excepto eu e você, claro. Nós financiamos. É um paradoxo mas no fundo a banca somos nós e as nossas vidas - e quem havia de querer que o jogo acabasse? Excepto eu e você, claro, mas nós nem estamos com muita paciência para chatices, pois não?
(originalemte publicado no blogue 31 da Sarrafada)
Segunda-feira, 27 de Setembro de 2010
Mas qual rede europeia de alta velocidade? Alguém "vou ali de comboio a Bruxelas a uma reunião e demorar, vá, 9 horas, parando só em Poceirão, Madrid e Paris e volto mal termine pelo que amanhã ou depois já devo estar de volta, contando com 18, 20 horas de comboio mais umas 4 de reunião, mais as deslocações... pode ser que não passe as 24 horas" quando pode "vou ali de avião a Bruxelas a uma reunião, estou de volta ao fim da tarde e com os preços da AirCebispo ainda mais barato do que se fosse de TGV"?
Hummm...
Será normal alguém perguntar-nos a morada do Hospital Santa Maria porque pelo nome não aparece no GPS? Não estamos a ficar um bocadinho demasiado dependentes das máquinas e do não termos que pensar, de nos saber desenrascar?
Ao ponto de chegar ao paradoxo de ter que procurar um antiquado nome de rua para que um moderno GPS possa cumprir a sua moderna função.
Segunda-feira, 21 de Junho de 2010
Até os católicos deviam ver um mérito em Saramago: para um não crente, conseguiu pôr mais gente a pensar e discutir Deus do que a igreja, cada vez mais centrada num Jesus bíblico e afastada da palavra Deus (a Igreja quase não usa este termo).
Quarta-feira, 16 de Junho de 2010
Lembram-se, senhores do Barclays, de eu ter apresentado uma queixa à Comissão Nacional de Protecção de Dados sobre o vosso comportamento abusivo nas acções de telemarketing?
Claro que se lembram, porque responderam isto:
Mas como são ou estúpidos ou incompetentes ou as duas coisas hoje resolveram recomeçar o massacre, desrespeitando uma Comissão Nacional de Protecção de Dados, desrespeitando-me como cidadão e estúpidos e incompetentes sim, porque mesmo depois de eu explicar a situação ainda ligaram mais duas vezes, não percebendo que a este ponto, fosse o Barclays o último banco à face da terra e o meu dinheiro (se o houvesse) mais depressa iria para debaixo do colchão do que para a instituição de crédito mais irritante do planeta.
E assim lá alegraram o meu final de tarde com mais uma queixa à CNPD, que com todo o prazer (nem imaginam quanto, senhores do barclays) torno pública:
"Exmos. Senhores,
Fazendo referência à minha queixa datada de Novembro de 2009 e aparente resolvida, venho pelo presente pedir a vossa ajuda para a situação que passo a informar:
Hoje, 16 de Junho de 2010 voltei a ser contactado pelo banco Barclays com o objectivo de me propor o uso do mesmo serviço, cartão de crédito, sobre o qual tinha já informado não estar interessado e apresentado queixa a esta Comissão Nacional de Protecção de Dados, com resposta do referido banco de que o meu nome e número de telefone (21x xxx xxx) seriam eliminados da sua base de dados.
Isto mesmo expliquei a quem hoje me ligou do Barclays, do número 210107241, tendo-me sido informado pela pessoa que me ligou que o meu número havia sido apagado dos contactos da base de dados comprada à Pixmania mas que deveria constar noutras bases de dados adquiridas pelo Barclays, nomeadamente à IOL e outras empresas.
Acontece que na resposta que o Barclays enviou a essa Comissão e da qual me fizeram chegar cópia está bem explícito que "os dados do cliente" (que não sou e naturalmente jamais serei) "foram suprimidos da base de dados do Barclays para efeitos de marketing directo".
Não compreendo assim como é possível que uma entidade bancária possa não só desrespeitar o meu pedido de que não voltem a ligar, pois só hoje após eu ter explicado que já havia apresentado queixa e que tinha em minha posse o documento anexo voltaram a ligar mais duas vezes como desrespeitar as declarações prestadas por escrito à Comissão Nacional de Protecção de Dados. Quem protege os meus dados afinal se esta entidade não é respeitada pelo Barclays?
Grato pela vossa ajuda apresento os meus melhores cumprimentos
João Moreira de Sá"
Do que os senhores do Barclays não se lembram mas lembro-me eu é de um jovem que há vinte e alguns anos quando arranjou o seu primeiro emprego, entrou num balcão do Barclays para (tentar) abrir conta e foi-lhe explicado com um sorriso jocoso que o Barclays só aceitava contas de ordenados superiores a 150 contos. O meu não chegava a 50... mas acreditem, senhores do Barclays, é com enorme prazer que hoje me dou eu ao luxo de vos desprezar e poder fazer queixa de vocês, senhores do Barclays.
Segunda-feira, 17 de Maio de 2010
Primeiro eram furos e poços. Agora é só para os furos. Está a decorrer uma Regularização de Utilização de Recursos Hídricos - Águas Subterrâneas. Pressuposto (meu): organização do território. Objectivo (real): taxar o consumo de recursos hídricos, vulgo, água dos furos. Módus operandi: enlouquecer proprietários rurais, vulgo agricultores, com overdose de Burocracia. Ora ponham-me lá o pequeno agricultor rural à procura da sua parcela de terreno e respectivas coordenadas no Google Maps. Para os que ainda assim se safarem, nada como pedir uns mapas de que nunca ninguém ouviu falar ou conhece significado quanto mais onde ir arranjar. Some-se a isto dados técnicos do equipamento e do furo feito sabe deus há quantos anos e onde ou se ainda haverá papéis ou a empresa que fez o furo, débitos de consumo de uma coisa que não mede consumos e temos a taxazinha garantida.
Tiro o meu chapéu. A isto se chama criatividade na captação de receitas. Porque pensar que fosse mera burocracia absurda no país do Simplex seria uma ofensa, não?
João Moreira de Sá
Como alguém me disse, uma daquelas pessoas que só acham bem que emitamos opinião quando é igual à sua, dispensável e irrelevante quando diferente, assim é a minha de facto, dispensável e irrelevante. Mas o direito de a ter, tenho-o e até, onde as coisas podem chegar, de a publicar. Lê quem quer e comenta, habitualmente, quem se incomoda. Por isso a publico.
Será pouco provável alguma vez lerem uma opinião minha em defesa ou ataque a qualquer partido político, pessoa, ideologia, de forma incondicional. Reservo-me o direito a concordar ou não com actos e factos, pouco importa de quem, se da esquerda ou direita, cima ou baixo, frente ou de trás. Funciona de uma forma muito mais básica: perante um facto X penso em pensar o que pensa a minha cabeça de X.
Básica, disse, é a forma, básico, logo, é o conteúdo, que fique a profundidade para as elites pensantes. Acontece que, uma chatice, a maioria das pessoas não pensa nem tende a seguir as "ordens", conselhos, opiniões das elites opinativas. Têm, como eu, esta teimosa mania de pensar pela sua cabeça e gerar uma opinião própria.
Acontece também que é essa maioria de pessoas quem de facto manda, vota, elege governos e governantes. Barack Obama percebeu-o e soube como poucos antes usa-lo a seu favor. Passos Coelho faz o mesmo. Pouco importa se o pedido de desculpas é ridículo, lógico, hipócrita, sincero, descabido, incoerente, sentido, como pouco importa o que os opinion makers digam ou escrevam sobre o mesmo, porque eles sabem que pouca opinião de facto fazem. Importa sim a forma como o mesmo é percepcionado e que opinião gerará nas "massas". É para elas que Louçã, Portas e agora Passos Coelho falam. Os dois primeiros não se têm dado mal com isso. Obama deu-se muitíssimo bem.
Claro que isto é o mero campo da comunicação. Governar será outra mas eu de política não percebo nada, não opino.
João Moreira de Sá
Quarta-feira, 28 de Abril de 2010
Cortar é nos mexias, mas frotas, nos boys, nas medeiros, no financiamento aos partidos (usando parte-zinha para fiscalização do financiamento público), é atender o telefone às 12.45 se o almoço é às 13, é formar, desburocratizar, simplificar, reorganizar, pôr a funcionar. É deixar o cidadão honesto em paz e ir realmente chatear os grandes - e pequenos - evasores fiscais, é trazer para o mercado a economia paralela em que todos vivemos um pouco e o estado finge nem ver.
Depois, peçam os sacrifícios, mais sacrifícios, todos os que sejam necessários, mas que sejam para pagar um futuro, não as vossas asneiras.
Quinta-feira, 15 de Abril de 2010
Segunda volta: regresso da escola com os filhos. Mesmo agente. Mais calmo, mas como "a viatura está virada para o Campo Grande não o posso deixar virar para a Avenida do Brasil, tem que dar a volta e vir pela faixa reservada" (não podia? o trânsito está um caos!!! enfim). Assim fiz.
Cruzamento Campo Grande - Av. Brasil, eu na faixa que me foi indicada, outro agente. Apita e indica-me Campo Grande. Abro janela para explicar "o seu clega disse-me", ao que "SE NÃO INICIA JÁ A MARCHA DO VEÍCULO OU SE VOLTA A ABRIR A BOCA VAI SER AUTUADO". Perante isto, fazer o quê? Chamar a polícia? Segunda volta ao Campo Grande.
Respeitei o desvio de trânsito... e não é que já não me queriam deixar virar outra vez para a Avenida do Brasil porque entretanto a faixa onde eu ia ser autuado se "abrisse a boca" já estava cheia de carros e agora já o segundo mau estava à esquina a fumar uma cigarrada (ou um charrito, nunca se sabe).
Conclusão, não sei se tenha um ataque de nervos e me torne um serial police killer ou se um ataque de riso. Talvez opte por este, embora creia que seja mais perigoso neste país...
Trânsito na Avenida do Brasil - Lisboa
Exmos. Senhores,
Tenho casa na Rua José Lins do Rego, em Lisboa, a qual apenas tem acesso pela Avenida do Brasil no sentido ascendente (Campo Grande - Aeroporto). Devido às obras de repavimentação (presumo), este sentido encontra-se neste momento cortado ao trânsito. Ante a impossibilidade de chegar a casa, parei para pedir indicações ao agente que procedia ao desvio do trânsito para o Campo Grande, tendo ouvido, antes sequer de poder fala "não vale a pena parareS que ne TE vou dizer nada, segue!".
Ante a minha perplexidade pelo trato bruto e de todo desadequado a um agente da autoridade, insisti, tentei explicar que não tinha outra forma de chegar a casa a menos que me fosse indicado um trajecto alternativo. A atitude do a quem infelizmente (ou propositadamente) o colete reflector tapava a placa identificadora e que me recusou identificação sob ameaça de ordem de prisão foi virar-me as costas.
Eu como cidadão não aceito ser tratado assim por um agente da PSP e insisti novamente, parei o carro e pedi que me alguém me indicasse como chegar a casa ao que a resposta foi "mas estás a brincar comigo? isto está assim há 4 dias, já devias ter pensado nisso". Pois acontece que não só não sabia como não me parece que a resposta (para não falar no trato por "tu" pois não me recordo de ter andado na escola com aquele agente) seja solução pois ficar fechado em casa até as obras acabarem não me serve, nem a mim nem ao moradores das ruas José Lins do Rego e Afonso Lopes Vieira, pois neste momento todos temos o mesmo problema.
Não é normal que eu, cidadão, fique com medo de um agente da PSP e posso garantir-vos que a atitude e agressividade com que eu (e os demais automobilistas) fomos tratados e totalmente intimidatória, um claro abuso de autoridade.
E tudo isto para quê? Para por fim perceber - afinal parece que pensava, só não estava com paciência - e deixar-me vir para casa muito, mas muito indignado escrever este email. Não espero qualquer satisfação por parte da PSP pois infelizmente este tipo de trato para com o cidadão não deixa em mim qualquer esperança de uma atitude por parte das chefias para que estes detalhes (moradores afectados por obras, trato com o cidadão, etc.) venham um dia a ser corrigidos, pelo contrário, têm tendência a piorar. Resta-me apenas a satisfação de o enviar e publicar em todas as redes sociais em que estou presente e onde sou lido - já estará no Facebook no momento em que alguém na PSP se dignar ler - pois a nós resta-nos a denúncia pública e o direito à indignação.
Mas depois não se admirem, porque quem não respeita também não é respeitado. Eu estou farto da prepotência dos agentes da PSP nas operações stop, em ocasiões como a que acima denuncio enquanto vejo a gatunagem operar livremente, o que parece não incomodar as autoridades portuguesas. A mim, cidadão honesto e cumpridos incomoda e muito. Se os agentes da PSP não forem os primeiros a mostrar civismo no trato e nas acções, que respeito merecem da nossa parte? Da minha nenhum, lamento.
João Moreira de Sá
Quarta-feira, 14 de Novembro de 2007
Leiam-me lá que há por lá outras coisas.
Terça-feira, 13 de Novembro de 2007
Dizem-me que não votando não posso reclamar. Discordo. Não voto como no livro do Saramago, na esperança de que um dia toda a gente tenha vergonha de chamar democracia ao dar poder a um imoral para gastar quase 200 mil euros em pópós novos com o dinheiro dos meus impostos, sem que eu nada possa fazer e consequência nenhuma lhe advenha de tal esbanjamento de dinheiros públicos e atentado à moral pública. Não esquecendo os dignos antecedentes macaístas do indigno ministro da (in)justiça.
Enquanto forem destes, eu não voto. Em autogestão safávamo-nos melhor.
Sábado, 10 de Novembro de 2007
13.000 euros por cada assistência médica no mar?
Agora já recebi porque é que quiseram aumentar as águas territoriais portuguesas.
Sexta-feira, 9 de Novembro de 2007
Quarta-feira, 7 de Novembro de 2007
Uma das razões porque não gosto de filmes americanos é aquela mania deles de que 1 milhão de dólares é uma fortuna e que 2 ou 3 dá para ir viver para as Caraíbas.
Vivessem eles em Portugal e iam ver se hoje em dia, com 690 mil duros, alguém é realmente rico ou temporariamente safo.
Não deixa de ser irónico que o tipo que vai receber um prémio por mais ter contribuído para o desenvolvimento do comércio e serviços electrónicos em Portugal se chame Nabo, "my name is Nabo, Murteira Nabo".
Ter tudo online dá jeito, sim. Mas notícias online, governo online, impostos online, compras online, música online, tv online, bancos online, conversas online... Qual é a ideia, casa-trabalho (ganha dinheiro)-computador (gasta dinheiro)-cama-trabalho-comp... não, passa primeiro no Shopping e no hipermercado-computador-cama...
Por acaso já estão a trabalhar na procriação online?
As músicas de Vitorino por vezes podem soar (quase) todas muito semelhantes. Para uns isto é falta de originalidade, de criatividade, de etc... (se bem que ainda estou por perceber que consequências tem num músico a falta de etc.).
Eu, com esta mania de ter opiniões, tenho uma, que é a mesmo e outra. Explico.
Nalguns casos é de facto falta de originalidade, de ideias. Noutros, onde se inclui Vitorino, é coerência, é o explorar de uma mesma raiz musical, o canto alentejano, que se por um lado pode fazer com que resulte melodicamente semelhante em diversas músicas, por outro abre caminho ao que ali se dá mais importância, o canto. E se até a cantar Vitorino pode soar sempre "semelhante", admito, cada audição consegue ser contudo única e sempre agradável. Embala o ouvido, a alma e os sentidos.
A diferença está na reacção. Aos primeiros reajo com "mais do mesmo", a Vitorino reajo com "novamente delicioso".
E para quem estiver distraído, se o "cante" soar a falta de imaginação ou originalidade, procurem-nas nos arranjos, nos instrumentos. Aqui são tradicionais, ali usou guitarras eléctricas, acolá fez arranjos de jazz.
Terça-feira, 6 de Novembro de 2007
Se há coisa de que os portugueses gostam é de não gostar. Acho mesmo que é o nosso principal hobby e defeito. Não gostamos nunca de nada e de (quase) ninguém. E gostamos de dizer e mostrar que não gostamos.
Os blogues são um bom exemplo. 90% dos comentários que são deixados são... a dizer mal, criticar, ofender se for preciso. Criticar, quem o faz melhor que os Críticos, só o nome... é do Cinema (nunca percebi porque é que não escolhem críticos que gostem de filmes) à música (sobretudo se for portuguesa, claro) passando pelos "articulistas de opinião" e demais comentadores e opinativos (nunca têm nada sobre o que dizer bem? isso deve ser tão deprimente, e ainda ter que escrever sobre tão dramática existência).
Um exemplo mais terreno, o cristão país ao sair das dominicais missas comenta o que o padre fez e disse de bem ou de mal? Para não falar no cabelo da Gertrudes, que horror, e tá mais gorda.
Na estrada (ou auto-dita, rua, beco, rotunda, parque de estacionamento ou mesmo por aqui que deve ir lá dar) é demonstradamente onde os portugueses mais gostam de não gostar. Já não digo o estranho fenómeno de não gostarmos de auto-estradas com três faixas de rodagem e o consequente desprezo que dedicamos à da direita, que é, como toda a gente sabe, aquela onde na verdade se consegue andar mais rápido. O ponto alto do não gostar, em termos automobilísticos é para mim o termos conseguido transformar a condução num misto de batalha medieval e arte marcial, com um pouco de rally à mistura. Que forma mais radical de não gostar do que a atitude, "se quiseres bater, bate, morremos os dois mas a culpa foi tua"? Isto é de Cruzado!
Não gostamos da televisão que vemos mas gostamos de dizer que não gostámos do que vimos. Nem gostamos das revistas que compramos para ver as pessoas de que não gostamos e poder falar mal delas (trabalho esse já de si muito facilitado pelas próprias revistas que não gostam das pessoas que lá aparecem para eles poderem escrever algo de mau sobre elas).
E já notaram a diferença no facto de que nós, não é dos políticos que não gostamos, é de políticos. Quando um político deixa de ser político, desde que não se arranje uma coisa sobre o gajo, um tacho, uma corrupção, passa a ser eventualmente boa pessoa, pode ir para alto comissário, comentador ou mesmo presidente (conta mais como rei do que como político e reis não faz mal porque já não há) porque quem antes era um "ladrão, incompetente, mentiroso, incumpridor, traidor, ditador,..." era o político, não o gajo. Num contínuo lógico claro que gostamos menos do político com poder do que do político sem poder, mesmo que este tenha acabado de vir do poder. Ao perde-lo fica logo e ser menos não gostado do que o que agora está no poleiro e que antes era o menos não gostado quando o que o que é agora o menos não gostado estava lá e era o mais não gostado. É a isto que se chama alternância.
Os exemplos são inúmeros, infindáveis e o texto já vai longo para uma opinião. E eu não gosto de opiniões muito extensas. Mesmo que sejam minhas.
Segunda-feira, 5 de Novembro de 2007
Tal é o meu vício de ler na casa de banho que em desespero de causa chego a ler 2 páginas de JPP na Sábado.
As aparências podem iludir... ou não.
Considero Fausto, Fausto Bordalo Dias, o expoente máximo da música Portuguesa enquanto tal, Portuguesa de Portugal.
Contudo, sabe-lo metido em tricas maçónicas, ouvi-lo (num programa sobre Adriano Correia de Oliveira) gabar-se, fazer auto-elogio, caiu-me mal. "Fazia-o" diferente. Mais musical, mais simpático, humilde.
Gosto de simpatizar com os músicos que aprecio, tal como com os escritores que admiro. Com Fausto passei a sofrer do "síndrome de Lanzarote".
Coisas que eu penso quando tenho dores nas costas
Bem aventurados os que não pensam, falam e escrevem constantemente sobre sexo.
Sinal que o fazem.
Das fraquezas faço forças? Não. Nas fraquezas faço-me criança, quero atenção e mimos. Chamem-me mariquinhas mas vocês, homens, são iguais a mim. Exemplo? Quando estão doentes, uma simples gripezinha, querem na verdade uma Mulher (esposa, companheira,...) ou querem mesmo é uma segunda mãezinha? Não, não respondam vocês, homens, perguntem-lhe a ela.
Deus para nós é no fundo como a quimioterapia. Usamo-lo para remissão dos nossos pecados.
Só que se o "bicho" tá muito impregnado volta. E deus, como é óbvio, não tem tempo para andar sempre a redimir o mesmo pecado.
Ainda podemos recorrer a N. Sra. de Fátima como radioterapia, mas raramente funciona.
Sábado, 3 de Novembro de 2007
Está aqui:
Que não é arte torna-se obvio às primeiras visualizações. São coisas que me entretenho a fazer com o meu Nokia (o titulo do belogue é uma descarada tentativa de patrocínio) quando não estou a escrever “arcebispadas”… no meu Nokia, com esta “coisinha” da… Nokia.
(só falta mesmo o patrocínio, alguém da Nokia lê isto?)
Sexta-feira, 2 de Novembro de 2007
Aquela coisa de que "os gostos não se discutem" é uma palermice. Os gostos não se criticam, isso sim, mas discutir dava jeito.
Se eu não discutir gostos musicais com ninguém vou estar a perder a possibilidade de conhecer as coisas de que o outro gosta e que eu depois posso vir a gostar ou não.
Mais, socialmente ajuda ao entendimento mútuo. Por causa de os gostos não se discutirem nunca chego a perceber o que faz alguém gostar de coisas como parques aquáticos, especialmente no Algarve ao lado da praia, férias em prisõe... cruzeiros e jantares no casino, tendo que gramar com o show e ainda pagar uma pipa de massa.
Não me parece difícil prender o leitor durante 700 páginas. Difícil, difícil é maravilhá-lo em 70.
Dizem os bons agonísticos que não há um único bom motivo para acreditar em deus (o porquê da necessidade da pouco condizente maiúscula nunca percebi).
Pois eu digo que há pelo menos uma: nada a perder.
É porque se no "depois" realmente houver o "nada", não haverá cabeça, cérebro, consciência, mente ou alma que possa pensar "ah, ah! Eu tinha razão".
Pelo que se deus mais não for que uma motivação interior, pessoal, já me parece um deus muito útil.
Quarta-feira, 31 de Outubro de 2007
Acho tanta piada a isto que se calhar devia ir para o belogue de humor.
Português de 55 anos: "eu com 55 anos estou bom para trabalhar mas nesta idade é difícil arranjar emprego".
Português de 60 anos: "ora como é que eu, com 60 anos, posso trabalhar ainda até aos 65 anos? Ainda para mais nesta profissão" (não interessa qual é, são todas de "desgaste rápido" por cá).
Português de 60 (ou 65) anos: "isto uma pessoa habitua-se ao trabalho, de repente fica reformado, sem nada para fazer, é uma tristeza".
Talvez não fosse má ideia incluir o "Cândido ou o Optimismo" do Voltaire com leitura obrigatória... em todos os anos do ensino escolar.
Segunda-feira, 29 de Outubro de 2007
O mundo está muito bem como está.
Com o Médio Oriente em perpétua ebulição e mais uns Iraques e Afeganistões garante-se a indústria do armamento.
Com a semi-anárquica América do Sul garante-se a parte da droga (e armas).
Em África trata-se do resto, lixeirada, corrupções, comidinha e coisinhas humanitárias, muitos medicamentos, ONGs, OGs,ONUs, golpes de estado (que precisam de... armas).
Estão reunidas todas as condições para que os grandes negócios estatais e privados a nível mundial, armamento, droga, tráficos (de pessoas a influências, que com se sabe valem muito mais) e indústrias farmacêutica, alimentar e de construção civil.
A isto eu chamo um planeta bem gerido.
Claro que há uma bomba na sede do governo do mundo (é uma metáfora senhores das escutas e demais Echelons, não se trata de uma ameaça terrorista dirigida à sede da ONU), mas enquanto não explode e mata todos os personagens, o filme está muito bem feito.
O meu computador anda estranho. Não tem sintomas muito claros mas pequenas coisas que só eu noto fazem-me andar desconfiado.
Já consultei o AVG, que no fundo é o anti-vírus "segurança social" para quem não pode aceder aos "privados" e diz-me que não tem nada, mas ando preocupado.
E já diz um bécape dos conteúdos importantes? Não!
Constato, estou preocupado com o estado de saúde de um computador. Estou a admitir poder "senti-lo". Devia passar menos tempo com esta máquina. No dia em que me passe pela cabeça que há reciprocidade já será tarde de mais.
Uma vespa ainda admito mas, um computador?!
A administração pública tem que melhorar. É consensual. Eu acho é que devia começar pelos detalhes do que por grandes planos estruturais, mesmo que estes fossem bons.
Não adianta tentar acertar o relógio se não retirarmos os grãos de poeira que emperram a engrenagem.
O cidadão, questionado, refere-se a SIMPLEX's ou a "eu tenho um caso...".
Eu tenho um grã... perdão, um caso.
Carta de aviso de senhora de bens se não pagar X no prazo de 10 dias.
Diz respeito a quê? Devo o quê sobre quê? Não diz. E 10 dias de quais, dos úteis ou também contam os inúteis? E conta a partir da data em que mandam (injusto) ou da data em que recebo (justo)? E como é que vocês sabem?
Nada! Não diz nada. Devo X, pagar em 10 dias e lá em cima o inexorável "Processo nr."
Problema. Eu não tenho nada por pagar. Consulta à net. Nada por pagar. Contudo...
Repartição de Finanças. Devo X. Diz respeito a? Contribuição Autárquica (que agora se chama outra coisa para disfarçar). Sobre quê? Não me pode dizer, só depois de eu pagar. (ah! Ainda levei um raspanete por pagar algumas contribuições e não pagar outras. Aparentemente o cargo confere-lhe direito de julgamento de comportamento fiscal).
Ora aqui é que está o grão de areia. Eu tenho que ter o direito de saber porque é que devo X porque para pagar X eu preciso de saber uma coisa tão básica como O que é que eu estou a pagar.
Claro que a solução é acertar o relógio à mão, o que no caso significou ir às alucinantemente inoperantes finanças de Torres Novas, falar com "uma senhora" que a bem do pagamento dos benditos X lá revelou o segredo. E de caminho levei com mais umas quantas contribuições autárquicas em atraso. Não é ser rico, é que eles fazem "Cadernetas Prediais de Prédio Rústico" (?!) para incluir 1 (uma) oliveira. A sério, tenho uma oliveira que É um prédio rústico (que em administrês é sinónimo de rural e oposto de urbano).
Curiosidade final. Porque é que recebo a carta de Notificação de Penhora de Bens e não recebi - que não recebi - os avisos de pagamento das contribuições? Dava um novo grã... caso, mas resumindo, sei que vão entender, as cartas são enviadas para a morada da Cabeça de Herdeiros de ... Como já havia algumas coisas em atraso e uma estava em execução fiscal, "a senhora" resolveu enviar para a segunda pessoa e endereço constante na lista de Herdeiros de...
Mas então, porque é que não mandaram logo?
Sábado, 27 de Outubro de 2007
Já inventaram tanta coisa remotamente importante, porque é que ninguém inventa um abridor de portas da rua (ou portões) portátil?
Eu aceitava levantar-me de 5 em 5 minutos por problemas próstaticos, mas para abrir a porta à Dica da Semana, CTT, Telepiza, Pizahut, Continente, Modelo, Jumbo, Carrefour, Feira Nova, Lidl, Plus, Mini-Preço, Canalizador, o senhor das Caldeiras, mais "publicidade", "pode abrir se faz favor" e ainda umas pessoas que "só me querem dar uma palavrinha", não há linha de pensamento que aguen... (tenho que acabar... estão a tocar à campainha)
Quinta-feira, 25 de Outubro de 2007
A nacional auto-estima e prontidão para a crítica (negativa, desconstrutiva) e maledicência mede-se por esta reacção.
Incêndio em Portugal, lavra há 12 horas, 350 bombeiros, não arde nem uma casa. Mas tá difícil apagar. Alguém está a fazer asneira, claro, bombeiros, protecção civil, governo, ou todos, o mais provável.
Incêndios na Califórnia, meio milhão de evacuados (nunca percebo se foi gente que tiraram de lá ou se é a forma jornalística de dizer "borrados de medo"), 6 mil bombeiros, quinhentas casas ardidas, 1 morto, não sei quantos feridos (não é uma expressão, não sei mesmo). São os incêndios que devem ser mesmo “muita grandes, caraças”!
Dizer mal de Paulo Coelho é quase moda. Nem é preciso ter lido.
Aliás, nunca é. Basta que muita gente tenha lido. Veja-se o Código Da Vinci.
O Código Da Vinci é um mau livro? É certo que do ponto de vista literário pode não ser uma obra de arte mas não sendo mal escrito é, enquanto enredo, "estória", muito bem feito. Agarra-nos, prende-nos, leva-nos lá para dentro e só nos devolve à realidade no final. Não é essa afinal uma das funções de um livro?
O Alquimista ou A Bruxa de Portobello são maus livros? Deixando de lado os preconceitos não são. O que não faz de Paulo Coelho um grande escritor, mas para mim pode e deve considerar-se uma diferença entre grande autor e grande escritor.
Mas o curioso é que quem não gosta, não gosta de Paulo Coelho, não dos livros de Paulo Coelho. O que sim seria uma posição literária. Não gostar de Paulo Coelho é uma posição pessoal. Ora a mim, curiosamente, interessam-me muito mais os livros do que os seus autores.
Quarta-feira, 24 de Outubro de 2007
O problema do país está nos relógios
Ecografia renal, tipo grávida mas na renacão, a que horas? 11 da manhã? Pode ser.
No meu relógio são 11.25 e nada...
Penso que era uma questão de aproveitar um dia os telejornais e por o país a sincronizar os relógios.
Aqui (não) vou ser feliz
Se eu fumar um charro à noite e lamber o aparelho (vulgo “teste”) na manhã posso ir preso. Uma vez preso até me trocam as seringas.
Se eu não pagar uma dívida de 25 euros porque os CTT não conseguem atinar com a minha morada, que é de Azeitão mas são os correios de Sesimbra quem distribui o correio, notificam-me penhora de bens. Mas se eu dever 12 ou 15 milhões de euros (só de juros!), perdoam-me a dívida.
A solução e drogar-me e endividar-me.
Terça-feira, 23 de Outubro de 2007
(tou tramado, hoje há gente a ler isto!)
Bem vindos ao meu lado sério. O meu outro lado é aqui.
Agradeço a vossa visita, não façam cerimónias, sintam-se como se estivessem no vosso belogue.
Os pilotos da aviação civil acham-se mais uma das excepções, que se formos a ver acabam por englobar a quase totalidade dos portugueses, que não podem trabalhar até aos 65 anos.
A frase está incompleta, não podem trabalhar, no caso voar, até aos 65 anos... em Portugal.
Ora vejam lá o que é que 90% dos pilotos faz entre a reforma aos 60 e o limite legal para voar aos 65. Vão pilotar para as Emirates e Singapore's que pagam ainda melhor.
Só se é por patriotismo. Como dizem que pilotar depois dos 60 é perigoso, optam por não por em perigo a vida de portugueses. Deve ser, deve.
A área ardida, este ano, foi a "mais baixa de sempre" (?) e "as condições climatéricas ajudaram mas não explicam tudo".
Não. Mas se para o ano o inferno voltar, explicam de certeza.
Tenho pena de não ter daquelas cabeças que decoram frases, citações, poemas, nomes de livros, autores, pintores, pensadores e demais animadores.
Aparentemente seria muito mais culto.
Só ainda não percebi é como nem porquê. Deve ser por não ter uma cabeça dessas. Ou por não ser culto.
É presunção? Pode ser. Mas se os senhores dos prémios de world music e da crítica que os seguem ouvissem com atenção Kátia Guerreiro, Ana Moura, Mafalda Arnauth, Cristina Branco, só para citar quatro, uma Mariza passaria completamente despercebida, enquanto fado, entenda-se. Na categoria Folklore talvez caiba.
Sábado, 13 de Outubro de 2007
Ao ler a edição da revista Sábado de quinta feira, 11 de Outubro, um artigo sobre um livreco escrito por um motorista de limousines em Nova York será decerto considerado um fait-divers perante a grandiloquência analítico-opinativa de um auto-proclamado jacaré Pereira.
A mim, básica lagartixa que sou, é o artigo que mais me interessa. Por ser o que mais me revolta.
Quando leio que gajo que até pelo nome Martins da Cruz parece respeitável dá ordens para despedir o motorista porque este tinha razão sobre a correcta localização da entrada do hotel que o primeiro teimou ser noutro local, ou que uma, chamemos-lhe senhora porque tivemos a educação que ela não teve, se faz valer do seu estatuto de secretaria de estado para mandar atrasar um voo da TAP e fazer sair um passageiro cumpridor dos horários, isto depois de por birra ter passado três dias a passear em Nova York à conta dos meus impostos, vem-me à cabeça o episódio do cozinheiro que Isabel II despediu por a ter tratado por "sua alteza" em vez de "sua majestade" e, curiosamente, ao mesmo tempo o episódio de Bill Clinton e a oral Monica.
E fico a pensar duas coisas. A primeira é que é pena que de facto talvez das poucas coisas que todo o poder e dinheiro do mundo não podem comprar é educação (outra é humildade). A segunda é que se calhar muita desta gente precisava de uma boa Monica ou Monico nas suas salas ovais ou vidas quadradas.
Nunca percebi a lógica de os crimes prescreverem. Se a coisa fosse, ao fim de x anos você devolve o dinheiro do assalto e não há lugar a punição, ainda encontraria uma lógica, parva mas lógica. e nos casos de, pronto, você matou mas como já passaram y anos... ressuscita-se a pessoa e não se fala mais nisso? Sejamos ainda complacentes, já que a dita justiça o é, aqui não há lógica mas podia-se acertar um "pacote" de milagres.
Mas noutros ainda que, você violou, torturou, que lógica ou milagre desviola ou destortura?
Ou será que a única lógica na prescrição de crimes é o alívio do "passivo" da justiça?
Tu queres ver... Não, não pode ser, isso seria injusto e hipócrita e um estado de direito não é injusto nem hipócrita.
(pois não?)
Segunda-feira, 8 de Outubro de 2007
A Pescanova, que é uma empresa abonada e de boa saúde, investe 140 milhões e leva 40 milhões em apoios e benefícios fiscais.
Eu quando criei uma empresa investindo 5 mil euros levei zero.
Proporcionalmente deveria ter recebido 28%, 1400 euros.
Ou aquilo de criarmos o nosso próprio emprego, dinamizar o empreendedorismo, blá, blá, blá, e só blá, blá, blá?
De que é que adianta criar empresas na hora para depois andarem a falir nas horas?
Criar 200 empregos subsidiados com 40 milhões dá 200 mil euros por emprego. Dêem esses 200 mil ao desempregado em vez de ser à Pescanova e vejam lá se essa pessoa opta por ir embalar pregados a 400 euros por mês. A brincar a brincar corresponde a 41,6 anos de trabalho!
Domingo, 23 de Setembro de 2007
Quando não tenho nada para fazer stresso-me com coisas irrisórias.
Quando estou cheio de trabalho só o trabalho é que me stressa, transfiro o stress para o trabalho.
Acho que quero ir para trolha.
Sábado, 15 de Setembro de 2007
Às vezes não sei se o país está podre ou é podre. Ouço na rádio um tal Máximo taxista - aparentemente famoso por ser benfiquista, o que já de si não é normal - dizer com orgulho que é "daqueles que põem um ou dois ou três euros a mais na conta", ou seja, não só acha normal como o diz numa rádio pública que acrescentar 600 escudos a uma conta relativa a uma viagem de táxi é normal, banal e irrelevante.
Se do ponto de vista pessoal isto é estúpido, porque se o dito é de facto cara pública, qualquer pessoa com dois dedos de testa e que ao contrário de mim conheça o senhor, recusará entrar naquele táxi e em termos de classe profissional põe em causa perante a opinião pública a honestidade de todos os taxistas, é a ligeireza e naturalidade com que se diz "um ou dois ou três euros a mais" que me faz pensar que esta sociedade ainda tem muito que mudar no caminho do civismo. E sem isso não há nada que funcione, nem transportes, nem serviços públicos, nem governações, nem economia.
Nem taxis!
Segunda-feira, 10 de Setembro de 2007
Marcar um ensaio à Escócia é assim como um dos meus amigos que jogam aqui no Alfarim, no Brejos de Azeitão, porque os do Palmelense ou do Sesimbra já seriam quase prós, irem marcar um golo ao estádio da luz num jogo para a taça.
56-10 é como levar o Benfica a prolongamento.
Mas se fosse isso a acontecer aparecia na capa dos diários desportivos. Como a realidade não versa futebol, os feitos do atletismo, rugby, basquet, são destaque de capa em todos os jornais menos nos... desportivos (a ERC não lhes devia mudar o nome para “futebolísticos”?)
A televisão pública não transmite os jogos da selecção nacional de rugby. Não aproveitar este feito histórico parece-me uma excelente forma de promover a modalidade e o desporto. É a nossa habitual visão estratégica.
Sábado, 8 de Setembro de 2007
Podia ser (mais) culto, ler e reler os clássicos da literatura, devorar ensaios, ler diariamente os jornais nacionais e alguns estrangeiros, assinar as revistas de referência mas diversas áreas do saber. Podia, e gostava, mas era preciso que estivessem reunidas duas condições, ter dinheiro para tal e acima de tudo, não ter filhos de tenras idades.
Mas enquanto cada hora dedicada a ler a opinião dos cultos deste mundo sobre as suas (poucas) graças e (muitas) desgraças - do mundo e às vezes dos próprios - representar uma hora a menos de brincadeira, receio que vou continuar a optar por ser culto lá mais para o fim da vida, se lá chegar.
Acho fantástico o conceito por trás da liberalização do sector energético, vulgo electricidade. Explicação ouvida, por enquanto os preços das tarifas, por serem regulados, são demasiado baixos para que possam ser apelativos ao sector privado, devem contudo subir em breve abrindo assim o mercado à diversidade da oferta.
Ou seja, como é importante termos o direito de escolher o nosso fornecedor de electricidade, em vez de ter só um fornecedor mais barato vamos poder optar entre vários, todos mais caros, uns mais que os outros!
Eu só não percebi muito bem é o que é que eu ganho com isso...
É inevitável o sentimento de pena ao ouvir ou ver uma notícia de ou sobre morte. Mas de certa forma o facto de a morte de uma pessoa ser notícia faz-me sentir que este é um país onde ainda há espaço para A Pessoa, ainda não contamos os nossos mortos a granel.
Não sei muito bem o que é que isto tem de bom, mas dá-me o conforto de me sentir na aldeia onde as pessoas se conhecem pelo nome por oposição à cidade impessoal.
Sábado, 1 de Setembro de 2007
Uma questão ou mesmo um desafio em forma de reflexão que coloco a eventuais leitoras femininas.
Porque será que é tão difícil para os homens entenderem que a homossexualidade está na atracção por pessoas do mesmo sexo e não na exploração sexual do ânus pela parceira hetero feminina?
Por falar em livros, há fenómenos que não entendo. “O Perfume” é um deles. Acho tão fraquinho (mas eu também não entendo adultos entusiasmados com Harry Potter).
Chamem-me esquisito mas não consigo respeitar um autor que escreve que o personagem principal "jamais veria o mar" e termina a narrativa com o mesmo junto ao mar.
Decididamente não gosto de Romances que tenham romances. Não sei porquê mas não gosto de ler histórias de amor, com particular aversão à vertente "triângulo amoroso".
Mas depois perco-me de amores por um livro como “A Sombra do Vento” que é uma belíssima história de amor, ao ponto de não ter dúvidas em classificar como o livro que mais gostei de ler até hoje.
Então porque é que me aborreço de morte com as tricas Queirozianas e demais?
Talvez seja por terem pouca fantasia.
Pensando bem, acho que do que eu não gosto é de Romances demasiado reais, quero contos infantis para a minha idade.
Muito boa uma promoção ao que presumo ser um concurso da RTP1 questionando pessoas na rua sobre a nascente do Mondego.
Um raro pensamento futebolístico. Porque é que, generalizando, há uma tendência para, independentemente do "nosso" clube, simpatizar com o Belenenses e a Académica (a que me atrevo a acrescentar o Vitória de Setúbal e o Leixões). O que é que estes têm de diferente?
Terça-feira, 21 de Agosto de 2007
O mais grave do "apito dourado", entre corrupção de árbitros, tráfico de influências ou mesmo envolvimento de magistrados é mesmo o provincianismo quase salazarento da coisa.
Se as pessoas querem continuar a fazer férias, viajar para outros países, então é melhor irem-se habituando a incluir o factor "alterações climatéricas" e fenómenos associados, como os presentes furacões. Apesar de dar na tv, é real e está a acontecer agora. Nós é que estamos a fazer o que só os humanos conseguem fazer, assobiar pró lado, por a culpa no vizinho. Só que não há vizinho... (dizem).
Segunda-feira, 20 de Agosto de 2007
Pacheco pereira, não tendo a idade, tem daquelas caras do avô que nos prega grandes secas mas que adoramos ouvir e por quem é impossível não sentir carinho. Imagino os netos, se os tem, a puxar-lhe as barbas enquanto lhes fala da relação de forças entre Irão e Estados Unidos.
Ouvi a indignação do treinador do Leiria e o homem tem toda a razão.
No caso do Mika é uma pena "Grace Kelly" ter sido um "acidente".
Um trabalhador que vá substituir outro num turno, seja um animador de rádio, um médico, um operário, tem sempre e em toda a parte que chegar obrigatoriamente a horas.
Na imprevisíbilidade de não saber se há trânsito, um belga ou um holandês optará sempre por chegar mais cedo se não o houver do que chegar atrasado.
Um português optará sempre por sair de casa em cima da hora esperando que não haja confusão.
E o pior é que se houver e chegar atrasado, o colega não leva a mal. A ele também lhe acontece…
Os senhores políticos têm as prioridades todas trocadas, não têm? O poder não tem a mínima noção da realidade. A "malta" quer lá saber do sigilo bancário. Já estamos habituados a que façam o que querem, que diferença faz que olhem para as nossas misérias. Quem não deve não teme e mais importante que a liberdade de ser eu a decidir quem pode ver o meu extracto bancário é a liberdade de saber que todos cumprem as mesmas regras.
O que "nos" importa é que não nos passem multas ridículas porque naquela descida não conseguimos travar o suficiente para não ser "apanhado" pelo radar a 58km/h. É que talvez não saibam mas isto faz gastar mais gasolina e as revisões são um balúrdio.
Têm todos tantos assessores, já consideraram ter um que seja uma pessoa normal?
No futebol parece que começar a época a jogar mal e/ou a perder é normal.
Eu talvez seja uma pessoa esquisita mas isto a mim não me parece normal, apesar de parecer estar em linha com o país. No trabalho é similar, "você não anda a fazer nada", "sabe como é chefe, acabei de vir de férias...".
Terça-feira, 14 de Agosto de 2007
Vai seu uma festa! Cada vez que for mandado para pela policia vou passar a fazer uma visitinha ao hospital. Garantido. Porquê? Porque sofrendo de uma perturbação de ansiedade, vulgo, “Ataques de Pânico”, que se não forem controlados por um medicamentozinho diário chamado – no meu caso – Dumyrox, um ansiolitico, me tornariam agorafóbico e sendo portador de tatuagens visíveis, é mais que certo que a cada Operação Stop lá me vai ser solicitada a dose de saliva para o teste, dá positivo e, conforme o Sr. Simões, Secretário de Estado, terei que me dirigir (como? com quem? onde é que deixo o carro?) a um hospital para ver “avaliado” por um médico.
Para ajudar à festa, acresce que se este médico não for psiquiatra ou psicanalista, é muito provável que pense que estou “na tanga” (um gajo com tatuagens não sofre de ataques de pânico, é “drógado”) e a festa vai meter foguetes, porque multa eu não pago (felizmente não tenho Multibanco pelo que por muito que insistam, pagamento na hora não pode mesmo ser – cidadão previdente).
Depois, após ter-me juntado aos outros que como eu vão ajudar a entupir os hospitais, é ir juntar-me aos que como eu vão entupir os tribunais.
À cautela, talvez não seja má ideia passar por Santa Maria e pedir a quem de direito uma “declaração de padecimento de perturbação de ansiedade, vulgo Ataques de Pânico” e respectiva medicação associada. Assim à laia de declaração de demência, para não destoar do país.
Segunda-feira, 13 de Agosto de 2007
Contratar médicos tarefeiros só para fazer abortos porque todo o quadro clínico de determinado hospital invocou objecção de consciência quando esses mesmos hospitais têm carência mas não podem contratar pediatras, cardiologistas, cirurgiões... A lei é para cumprir, é certo, mas não estaremos a confundir as prioridades?
Às vezes questiono-me se os gurus da economia não vêm aquilo que o cidadão comum vê: que com os juros a continuarem a subir, tornando-se impossível pagar a prestação não resta outra solução senão não a pagar? Depois dá no que deu, bancos sem dinheiro.
Agora o BCE faz marcha-atrás e já não vai subir os juros em Setembro.
Pois é, mas por cá o cartel legal bancário já os subiu por antecipação. Agora como é, devolvem?
Exemplo de burrocracia pura.
Em Portugal a imaginação dos legisladores consegue ser mais tortuosa do que qualquer argumentista de Hollywood. Cada receita médica tem 4 campos, onde teoricamente se podem receitar 4 medicamentos diferentes. Mas diz a lei que só se podem passar 4 embalagens por receita e nunca mais de 2 por medicamento.
Ou seja, se eu tomar regularmente 4 medicamentos – o que não é usual nos utentes que mais recorrem aos Centros de Saúde – o médico ou passa 2 receitas, ou tem que deixar um ou mais campos vazios caso atinja um total de 4 embalagens…
A consequência? Mais idas aos Centros de Saúde só para ir “buscar receitas, Doutor”.
Motivos por trás desta tortuosa legislação para além da simples burrice? Talvez. Cada ida ao Centro de Saúde rende uma Taxa Moderadora e são os médicos quem paga ao Ministério da Saúde as receitas (aproximadamente 25 cêntimos por cada uma).
Os Presos das cadeias portuguesas vão passar a ter seringas e ácido cítrico para o consumo de droga. Sendo a droga é uma realidade, acautelar e saúde pública e os seus direitos não será criticável. Mas no fundo, facilitar não será uma fuga para a frente? O que se devia procurar não era acabar com a droga nas prisões? Não me venham com tangas, só entra se quiserem. Mas entra, porque todo o sistema lucra com isso. Não é a saúde pública nem os direitos dos prisioneiros que estão a ser defendidos e acautelados, são os lucros!
Quarta-feira, 8 de Agosto de 2007
Londres, 08 Ago (Lusa) - Os pais de Madeleine estão "furiosos" com as notícias veiculadas pela imprensa portuguesa de que a filha pode ter sido morta no apartamento e de que eles poderão ser suspeitos, revelam hoje os jornais britânicos. Muito raramente uso palavrões e este é o primeiro post deste belogue que tem titulo próprio, mas apetece-me dizer alto e em bom português:
FODA-SE QUE É PRECISO TER LATA!No fim veremos... (mas eu para já, expulsava estas criaturas arrogantes deste país que não se tem cansado de os tentar ajudar).
Segunda-feira, 6 de Agosto de 2007
No ciclismo não seria mais honesto legalizar o doping? Pessoalmente, ninguém me convence que pedalar centenas de quilómetros por dia durante uma ou duas semanas seja possível de forma natural.
Quem nunca se dopou que atire a primeira camisola amarela.
A impunidade com que os Bancos ROUBAM os portugueses deixa-me entre o perplexo e revoltado.
Em Agosto subiram as taxas de juro do crédito à habitação, porque o fazem mesmo que o Banco Central Europeu se reúna para decidir não alterar a taxa de juro ou, como tentam fazer querer, por antecipação a uma "anunciada" subida que ocorrerá em Outubro.
O problema é que não só esta atitude já deveria ser ilegal, porque denota um claro cartelismo, como, o pior, se em Outubro a taxa de juro do Banco Central Europeu de facto subir, os Bancos voltarão a subi-las, o que faz com que, repetidamente, por cada subida de 0,25% acabemos por sofrer uma subida de 0,50%.
Talvez que acabar com as barracas em Portugal não tenha sido boa ideia. Ainda vão fazer muita falta.
Segunda-feira, 30 de Julho de 2007
Questiono-me se haverá algum motivo para falar mal de alguém. Qual? Não é já suficientemente mau para a pessoa haver o motivo?
E vantagem para nós? E o perigo de o julgamento ser errado. Exemplo: Pinto da Costa. Não gosto. Não conheço. Não posso julgar a pessoa, nem talvez as atitudes. Que sei eu das circunstâncias?
Posso embirrar, como com José Mourinho, mas julgar?
Só me posso julgar a mim próprio, mas como aí serei parcial, o melhor e preocupar-me em ser feliz.
Deve ser bom ler muitos livros mas eu contento-me em ler livros muito bons.
Adoro a voz da Shakira. Faz-me ouvir músicas de que até não gosto, mas aqueles quase-falsete quase-desafinado prende-me de prazer auditivo que não sei explicar. Mas provoca aquele arrepio inesperado na, dita, espinha que é a manifestação física que a música deve provocar.
Apetece-me o teu cabelo para correr os meus dedos,
O teu rosto de acariciar,
A tua pele.
Mas gosto de sentir saudades de te sentir.
Domingo, 15 de Julho de 2007
É tão raro eu andar por Lisboa como recorrer ao palavrão mas,
Que merda é aquela no Cais do Sodré?
Não concordo nada com aquela coisa de os governos serem julgados de 4 em 4 anos, que dá origem à teoria do "deixem-nos trabalhar e ao fim de 4 anos premeiem-nos ou condenem-nos".
É que isto é o mesmo que dizer "se fizermos bem prolonguem-nos o contrato, se fizermos asneira depreçam-nos".
Desculpem lá mas se a administração da minha empresa estiver a fazer asneira e a dar-me prejuízo, eu quero poder despedir a administração a meio do mandato.
Já Eugenia Melo e Castro é um mistério. Ou o meu ouvido tem um defeito que deforma a voz da senhora, ou há (20?) anos atrás alguém não teve coragem de lhe dizer que talvez até saiba cantar mas não tem voz... e até hoje ainda ninguém teve.
Eu prezo-me de dizer que não há uma instituição bancária, vulgo Banco, que tenha uma conta onde eu seja titular e apenas um tem a minha assinatura como "co-proprietário", não por necessidade de ter onde depositar um rendimento inexistente mas à cautela.
Daí que a publicidade dos bancos, teoricamente, não me devia aquecer nem arrefecer.
Mas quando calha ver ou ouvir uma dessas instituições de lucratividade interessante mandar uma vedeta dizer-me alegre e sorridente que se eu fizer isto e mais aquilo e utilizar o cartão Viste-lo vou ter a honra de não pagar comissões e despesas sobre operações correntes, tipo, usar o meu dinheiro... Não há DeCú que aguente.
Robbie Williams. Não faz o meu estilo (musical, note-se) mas, caramba, tudo o que o homem faz é bem feito. Dentro do que chamaria PopTop é o verdadeiro Madono.
A santa casa da misericórdia patrocinou um evento não aprovado pela UNESCO e que visa exclusivamente o lucro e cobra nos seus hospitais taxas mais altas do que no SNS.
“Não são rosas nem pão, senhor, é dinheirinho”
Já só sobra a Casa...
Sexta-feira, 29 de Junho de 2007
Se o governo do meu país quiser manter uma “golden share” duma dada empresa de forma a assegurar que eu não pago um dado bem vital, energia, electricidade, não pode. Temos que ser iguais aos outros mesmo não sendo, porque não pode haver privilegio, mesmo que justos. Aparentemente não é justo.
Mas pela mesma ordem de ideias, nenhum dos "outros" deveria poder ter mais regalias do que nós, por exemplo em termos de melhores planos de protecção ao desemprego.
Mas pergunto, conhecem alguma empresa de pagamento de subsídios de desemprego?
Percebo pouco de economia. Mas gostava de entender alguns fenómenos económicos. Perceber, por exemplo, porque é que a procura não força os preços a descer. Na prática isto traduz-se na dúvida de porque é que as pessoas compram no Colombo uma peça de roupa de uma dada marca por 100 euros quando a podiam comprar no Freeport por 50. Contudo, as lojas do primeiro florescem e o segundo definha. Ou porque se compra uma t-shirt original por 50 euros quando ali na Feira de Azeitão há igual a 5 (lamento, mas a origem é a mesma, só muda quem lucra e isso a mim não me interessa patavina).
Mas é possível. Lembro-me de depois dos Jogos Olímpicos de Barcelona, toda a zona de Port Nou, assim uma espécie de Docas, ter os restaurantes, bares, discotecas, às moscas porque praticavam os preços... das Docas. Ante a perspectiva da falência, uma sinergetica baixa de preços encheu o espaço de gente a todas as horas do dia e da semana.
Do ponto de vista de quem não percebe nada de economia só encontro duas explicações. Ou há uma elite suficientemente grande que tem poder de compra para alimentar todos esses colombos, o que me deixa feliz por eles mas preocupado com o estúpido rumo que isto leva, ou então somos nós que somos totós, o que me deixa muito mais descansado.
Ainda que a questão, absurda, seja se uma criança adoptada por uma casal homossexual tem mais possibilidades de vir a ter a mesma orientação sexual, seja qual for o cenário, comparando um lar com dois adultos a um orfanato, não vejo que mente empedernida pode considerar melhor o segundo.
Queixa comum e justa na comunidade gay o facto de a comunicação social cobrir uma manifestação de reivindicação de direitos focando sempre e apenas a parte folclórica da auto-denominada Marcha do Orgulho Gay, nunca mostrando a parte conceptual da mesma.
A comunicação social trata o assunto como um carnaval. E as imagens do carnaval incidem sobre os cantores, letristas ou mesmo a parte instrumental ou sobre as meninas despidas?
Desculpem a sinceridade mas se querem que a sociedade actual vos aceite com iguais, têm que aceitar também as regras idiotas e mostrarem-se como iguais.
Terça-feira, 26 de Junho de 2007
Dizem que temos maus políticos mas ao ouvir as entrevistas aos candidatos à Câmara Municipal de Lisboa fico com vontade de votar em todos.
Mais, fico convencido que se puséssemos todos no 1,2,3 e os juntasse-mos num só, Lisboa tornar-se-ia no paraíso na terra. Eu voltava a mudar de Azeitão para Lisboa.
Mas como já senti o mesmo em todas as entrevistas de todas as pretéritas eleições e contínuo feliz por não viver em Lisboa, só posso concluir que eles são excelentes políticos mas infelizmente péssimos trabalhadores.
Por mim, elegia-se um político para que este depois nomeasse um gestor. O Presidente da Câmara funcionava assim como uma espécie de Presidente do Concelho de Administração, é o mais importante mas não faz quase nada e o Gestor seria como um C.E.O., fala pouco mas manda do tudo e faz fazer, mesmo.
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Biblioteca da Cantuária
Às vezes há coisas que me provocam um arrepio na espinha e me molham os olhos. Que os Rolling Stones venham a Portugal não me aquece nem me arrefece. Não tenho dinheiro sequer para me dar ao luxo de incluir isso nos meus pensamentos. Mas saber que a Ana Moura subiu ao palco para cantar fado a convite da eventualmente maior banda rock do mundo, isso já mexe comigo. E nem ligo patavina a patriotismos, não possuo esse sentimento de forma acentuada. Mas às vezes... e por ser fado, e por ser a Ana Moura.
As salas de chuto são uma coisa aberrante. Claro que são. Tanto como o motivo que as leva a existir. Mas recusa-las não será recusar combater, ignorar o problema?
Não gostamos do que percepcionamos como aberrante, porque nos causa mau estar, pessoal, social, moral. Perturba-nos o nosso autismo ou egoísmo, depende do grau de gravidade.
Porque é óbvio que qualquer pessoa no seu perfeito juízo é ou deveria ser contra as salas de chuto... desde que elas não fossem necessárias. Infelizmente talvez sejam. Para mim a diferença reside aí.
Segunda-feira, 25 de Junho de 2007
Não sei se me sinta machamente diminuído por não conseguir ver, sentir ponta de sensualidade num espectáculo como o crazy horse mas confesso que não entendo o que leva alguém a pagar para ver aquilo. A música é má, a dança foleira, as gajas são todas iguais.
Muito mais fascinante ficar uma hora a contemplar o decote da minha mulher.
De uma coisa eu tenho certeza, mesmo sem ser engenheiro (isto não é uma piada, o belogue das piadolas é este), o perigo da localização da Portela é um mito.
Creio ter lido sobre todos os acidentes aéreos acontecidos até hoje e nenhum, a acontecer em Lisboa, resultaria na queda de uma aeronave sobre os prédios da cidade. Isto não se aplica à Portela propriamente dita, Camarate, como já se viu, mas as Otas e Alcochetes também têm casas (vá lá, Alcochete será mais tendas).
Outro mito é que a Portela esgota e não permite alargamento. É um mito que cai como um figo maduro.
Se consigo aceitar e no mínimo aceitar compreender que não compreendo a homossexualidade, já o Orgulho Gay parece-me totalmente desprovido de lógica. Porque eu não tenho particular orgulho em não ser gay, tal como o não tenho por gostar de mulheres. É como eu sou. É uma coisa natural. Não vejo motivo para termos qualquer espécie de orgulho pelas nossas preferências sexuais.
Definitivamente sofro mais com o frio do que com o calor. É que o calor é uma inevitabilidade, chega uma altura em que não há mais nada para tirar, resta a conformação. Já com o frio, não há nada mais angustiante do que senti-lo e não ter nada quentinho à mão para vestir. E isso já é azar. O frio tem remédio, o calor não. Remediado está.
Depois queixam-se que as pessoas vão para os centros comerciais
"Não saia de casa sem chapéu, beba água, roupa fresca, protetor solar, óculos escuros com protecção contra raios ultra-violeta – parece que estamos sob ataque de extra terrestres! - não apanhe sol entre as coiso e as coiso".
Tá bem, as doenças e tal, eu percebo, mas era uma questão de não exagerarem. É que assim é um stress.
Para que a água da piscina esteja bebível basta que lhe mantenha os níveis de cloro e o pH dentro dos parâmetros recomendados, que lhe acrescente uma pastilha de 200gr (para meros 25m3) e que a faça filtrar por areia de sílica.
Tu queres ver que ainda vou ter que passar a gastar dinheiro com água mineral?
E essa é mesmo directa da nascente? Sem truques?