Quarta-feira, 16 de Junho de 2010

Ó senhores do Barclays, não podem mesmo ir chatear o Camões?

Lembram-se, senhores do Barclays, de eu ter apresentado uma queixa à Comissão Nacional de Protecção de Dados sobre o vosso comportamento abusivo nas acções de telemarketing?

Claro que se lembram, porque responderam isto:

 

 

 

Mas como são ou estúpidos ou incompetentes ou as duas coisas hoje resolveram recomeçar o massacre, desrespeitando uma Comissão Nacional de Protecção de Dados, desrespeitando-me como cidadão e estúpidos e incompetentes sim, porque mesmo depois de eu explicar a situação ainda ligaram mais duas vezes, não percebendo que a este ponto, fosse o Barclays o último banco à face da terra e o meu dinheiro (se o houvesse) mais depressa iria para debaixo do colchão do que para a instituição de crédito mais irritante do planeta.

 

E assim lá alegraram o meu final de tarde com mais uma queixa à CNPD, que com todo o prazer (nem imaginam quanto, senhores do barclays) torno pública:

 

 

"Exmos. Senhores,

Fazendo referência à minha queixa datada de Novembro de 2009 e aparente resolvida, venho pelo presente pedir a vossa ajuda para a situação que passo a informar:

Hoje, 16 de Junho de 2010 voltei a ser contactado pelo banco Barclays com o objectivo de me propor o uso do mesmo serviço, cartão de crédito, sobre o qual tinha já informado não estar interessado e apresentado queixa a esta Comissão Nacional de Protecção de Dados, com resposta do referido banco de que o meu nome e número de telefone (21x xxx xxx) seriam eliminados da sua base de dados.
Isto mesmo expliquei a quem hoje me ligou do Barclays, do número 210107241, tendo-me sido informado pela pessoa que me ligou que o meu número havia sido apagado dos contactos da base de dados comprada à Pixmania mas que deveria constar noutras bases de dados adquiridas pelo Barclays, nomeadamente à IOL e outras empresas.
Acontece que na resposta que o Barclays enviou a essa Comissão e da qual me fizeram chegar cópia está bem explícito que "os dados do cliente" (que não sou e naturalmente jamais serei) "foram suprimidos da base de dados do Barclays para efeitos de marketing directo".
Não compreendo assim como é possível que uma entidade bancária possa não só desrespeitar o meu pedido de que não voltem a ligar, pois só hoje após eu ter explicado que já havia apresentado queixa e que tinha em minha posse o documento anexo voltaram a ligar mais duas vezes como desrespeitar as declarações prestadas por escrito à Comissão Nacional de Protecção de Dados. Quem protege os meus dados afinal se esta entidade não é respeitada pelo Barclays?

Grato pela vossa ajuda apresento os meus melhores cumprimentos

João Moreira de Sá"

 

 

Do que os senhores do Barclays não se lembram mas lembro-me eu é de um jovem que há vinte e alguns anos quando arranjou o seu primeiro emprego, entrou num balcão do Barclays para (tentar) abrir conta e foi-lhe explicado com um sorriso jocoso que o Barclays só aceitava contas de ordenados superiores a 150 contos. O meu não chegava a 50... mas acreditem, senhores do Barclays, é com enorme prazer que hoje me dou eu ao luxo de vos desprezar e poder fazer queixa de vocês, senhores do Barclays.

 

publicado por joao moreira de sá às 20:32
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37 comentários:
De Anónimo a 24 de Julho de 2013
Espero que um dia o desespero nao o leve a estar oito horas ao telefone a vender cartoes do Barclays ou mesmo pentes para carecas. Aposto que tratou bem mal o operador que o contatou. Ja agora... Arranje uma vidinha.
De João Sá a 24 de Julho de 2013
Aposta mal - mas eu entendo. Trato sempre bem quem esteja a trabalhar Exactamente por isso, em vez de confundir a pessoa que está a trabalhar com a entidade que está a ser abusadora, segui outra via, tratei bem quem me ligava e fiz a reclamação onde devido e contra as práticas comerciais do Barclay's, não do call-center que me contactou - estavam apenas a cumprir o seu trabalho. Sei separar as duas coisas.

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Arcebispo de Cantuária

Uma mente delirante e não muito normal encerrada num corpo com 43 anos. Presentemente desempregado mas com boas perspectivas de conseguir vir a trabalhar num call-center. Escrevo porque não gosto lá muito de falar e como irresponsável que sou, acredito que um dia ainda irei conseguir ser pago para escrever. jmoreiradesa@gmail.com

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